terça-feira, novembro 14, 2006



O Daniel assemelhava-se ao Manuel. Embora não fosse tão engatatão como o Manuel, também tinha muito sucesso, ou pelo menos tinha o sucesso que queria ter. Tinha assentado ia para 5 anos e desde essa altura que nunca mais tinha andado a comer fora de casa, sim, porque uma ou outra ida a um bar de strip ou uma casa de alterne não poderiam ser considerados como comer fora. Antes disso, o Daniel tinha uma diferente cada mês, embora no verão, fosse mais cada semana ou 2 ou 3 por semana. Basicamente usava o paradigma da lata de sardinha: abrir, comer e deitar fora. Se havia coisa que o Paulo tinha dificuldade em apreender era a forma fácil com que qualquer frase que as mulheres diziam, o Daniel aproveitava para criar um piropo. E por mais pirosos que os piropos fossem, não importava o nível de sofisticação das mulheres, ou mesmo das miúdas, caíam quase todas na treta malagueta que o Daniel tão facilmente criava. Paulo, amigo de longa data, de muitas tropelias e muitas farras, dos bons e dos maus momentos, ficara muito contente com o facto de o Daniel ter encontrado alguém à sua medida. Claro que o feitio difícil de Daniel criava alguns problemas à relação, tanto para mais que Maria também não era uma pera doce, pois como costumava dizer, não tinha sangue de barata nas veias e por isso facilmente entrava em choque, mas depois da tempestade vinha a bonança, e não o bonanza porque esse só na tv e quando o Daniel era mais miúdo.